Trabalhar em casa ou no escritório? Eis a questão!

Curiosamente nesta semana nos meus atendimentos de coaching e mentoria, duas pessoas, uma não conhece a outra, uma do setor privado outra do público, cada qual exercendo papeis sociais e profissionais bem distintos, cada uma pertencendo a um universo social bem diferente da outra, me trouxeram na pauta de nossas conversas o trabalho remoto – O HOME OFFICE.

Enquanto para uma há a preocupação da empresa em que trabalha estar falindo por adotar a pratica do home office, para a outra o absurdo é ter o local de trabalho para definir se uma pessoa está trabalhando ou não. Ambas nos mostram que ainda há muito a aprendermos sobre Home Office ou trabalho remoto, e que em torno do assunto ainda há muita polêmica, mitos, verdades e crenças que devem ser revisitadas por empresas, empresários, microempreendedores, líderes e gestores, profissionais autônomos ou não, empregados ou não.

O fato é que no Brasil cresce o interesse pelas empresas na adoção do Home Office, assim como já é uma realidade em países como EUA, Japão, China, Índia e tantos outros países Europeus. Todos querem e buscam no mercado mundial e global profissionais talentosos e competentes com disposição para trabalhar remoto.

E se você ainda tem dúvida sobre o crescimento e tendência do Home Office no Brasil, saiba que São Paulo, encontra-se na 12ª posição do ranking onde há a maior concentração de trabalhadores remoto do mundo prestando serviços para Start-up, confira a matéria, “As 20 Cidades Campeãs Em Trabalho Remoto”, publicado pela Adoro Home Office.

O principal motivador que influencia a resistência sobre a pratica do Home Office, ou ainda, o principal tabu sobre profissionais que trabalham em Home Office, é achar que essas pessoas não trabalham, não produzem, não oferecem resultados por não estarem sobre a pressão cotidiana de um ambiente fechado e controlado pelos empregadores e seus líderes. Um equívoco! Um julgamento que pode estar baseado no comportamento individual de algumas pessoas que contaminam ainda mais paradigmas tóxicos que não contribuem para o progresso e a evolução de nenhuma instituição física ou jurídica.

Nem todas as pessoas estão preparadas para o trabalho Home Office, eu mesma conheço alguém que me diz claramente: “Eu não gosto de trabalhar em casa, preciso do ambiente do escritório para produzir, em casa perco o foco. ” Acredite, ela não é a única!

Há ainda, aquelas que não pretendem perder o clima social do escritório; outros que sentem insegurança na realização de suas funções sem a presença física de uma liderança ou comando de alguém; há aqueles que produzem somente sob a sensação de estabilidade e segurança que o ambiente de escritório propicia. Algum problema com isso? Nenhum. Apenas é preciso saber e compreender que o indivíduo não está apto para Home office ou que precisa de ajuda para encontrar solução para todas as suas resistências.

Numa empresa, cabe ao líder a estratégia de definir as competências de cada função e as habilidades e atitudes esperadas de cada profissional para exercer determinada atividade. E, também, a atividade ou função que pode ser exercida a distância, remotamente. Por exemplo, um vendedor de loja precisa estar presente para atender o cliente, mas o vendedor de rua pode remotamente fazê-lo e ainda, compartilhar informações com sua empresa, com sua equipe. E se estiver próximo territorialmente de sua base, nada impede do líder, do gestor da área e até mesmo do próprio profissional, marcar reuniões periódicas, treinamentos, participar de atividades sociais da empresa, uma forma de resolver os problemas causados pelo distanciamento e para estabelecer vínculos de relacionamento com os colegas e o ambiente corporativo. E se não for possível? Existe varias ferramentas e aplicativos tecnológicos que possibilitam encontros e reuniões remotas e várias formas de estabelecer vínculos colaborativo entre equipes.

As competências que normalmente favorecem o trabalho Home Office tanto para profissionais liberais, autônomos, empreendedores, microempreendedores, empresários, empregados ou não, são: a capacidade de se auto gerenciar; a organização da rotina e disciplina no seu cumprimento; foco no resultado e na tarefa executada; capacidade de comunicar-se e habilidade de transmitir informações; compreensão clara da função e do seu trabalho; conhecimentos do uso da tecnologia e domínio de aplicativos e ferramentas que facilitam o trabalho colaborativo; assim como o armazenamento e compartilhamento de informações e documentos; saber e querer solicitar ajuda; flexibilidade e facilidade de se adaptar as mudanças de toda ordem; disponibilidade para fazer; atitude de fazer acontecer; tão importante quanto esses e muito pouco lembrado são: a capacidade de automotivação, autoconfiança, auto aprovação e auto responsabilidade; fatores esses que impulsionam o profissional diariamente a vencer os conflitos e obstáculos comuns, e que muitas vezes, por se sentir solitário e não ter crença suficiente na sua capacidade de realização o levam ao fracasso e a desistência.

Então! Você está preparado para liderar uma equipe remota? Você está preparado para gerenciar a si mesmo num trabalho Home Office? Você realmente quer trabalhar em casa? Você realmente acredita que trabalho é um lugar? Você por acaso precisa estar no trabalho para trabalhar ou tem a capacidade de trabalhar em qualquer lugar?

Saiba que para muitas pessoas o trabalho é um estado mental, e compreende desde a atender a um telefone em qualquer lugar e resolver um problema, como estar disposto a vender um produto ou um serviço enquanto espera na fila do caixa de um supermercado.

Será que não estamos vivendo as mudanças do mundo a nossa volta apenas como coadjuvantes? Será que não estamos apenas acompanhando o ritmo e a velocidade das mudanças conforme o outro muda ao nosso lado?

Você é capaz de ser protagonista da sua vida, das suas escolhas e isso inclui decidir o que faz e onde faz!

Trabalhar em casa ou no escritório, eis a questão!